A era digital não trouxe apenas novos aparelhos com novas funções para nos comunicarmos. Não se trata simplesmente da mudança do pesado telefone de ferro (que para usá-lo precisávamos girar um disco), para celulares touch multifuncionais que nos conectam com o mundo; ou da TV analógica sintonizada quase sempre na Globo para a internet com multicanais e pluralidade de visões sobre o mundo; ou ainda do jornal impresso que líamos de manhã para o notebook ou o tablet, em que lemos e escrevemos em tempo real. Mais que tudo isso, a era digital inaugurou uma nova vocação no ato de comunicar e sua principal característica nos deu algo inédito em toda a história da comunicação.
Qual é essa vocação e o que ganhamos com ela? As respostas são interatividade e poder.
A internet, além de ser a mídia das mídias (engolindo as características de todas as mídias anteriores: o texto, o som, a imagem e o vídeo), é também a mais interativa de todas. Tão interativa que vem revolucionando a velha fórmula da comunicação (emissor-mensagem-receptor). Na internet das conexões (ou, a internet 2.0, dos bancos de dados cruzados e das mídias sociais), receptores têm também potencial para serem emissores. Antes, fosse no jornal, no rádio ou na TV, líamos, ouvíamos e assistíamos sem poder interferir na mensagem, tendo de nos contentar entre acreditar ou não nela. O feedback era muito pequeno e demorado (escrever uma carta a um jornal, por exemplo, era a quase certeza da não-publicação). Já na internet, nós participamos do debate ativamente, podendo comentar em tempo real sob postagens de outras pessoas, compartilhar conteúdos com a nossa interpretação sobre eles ou formularmos nossas próprias considerações sobre todos os assuntos que quisermos, em nossos próprios canais (perfis).
Na primeira imagem, abaixo, a fórmula da comunicação nas mídias pré-internet. Há um emissor e um receptor claros e a mensagem dirige do primeiro para o segundo. Existe uma seta contrária indicando o feedback, mas ele é muito pequeno diante do que ocorre com a internet, que está na segunda imagem. A nova fórmula da comunicação transformou deu poder ao receptor, que se transformou num potencial emissor.
Trocando em miúdos (emprestando a frase do genial Chico Buarque), ganhamos poder. Um poder que advém da descentralização e distribuição das mensagens em rede, possibilitadas pela internet 2.0. É uma nova era de conexões que não possui um polo centralizador, mas se multiplica em inúmeros pontos interligados.
Na primeira imagem, abaixo, a fórmula da comunicação nas mídias pré-internet. Há um emissor e um receptor claros e a mensagem dirige do primeiro para o segundo. Existe uma seta contrária indicando o feedback, mas ele é muito pequeno diante do que ocorre com a internet, que está na segunda imagem. A nova fórmula da comunicação transformou deu poder ao receptor, que se transformou num potencial emissor.
Trocando em miúdos (emprestando a frase do genial Chico Buarque), ganhamos poder. Um poder que advém da descentralização e distribuição das mensagens em rede, possibilitadas pela internet 2.0. É uma nova era de conexões que não possui um polo centralizador, mas se multiplica em inúmeros pontos interligados.
Se pensarmos na comunicação de massa pré-Gutemberg, tínhamos a Igreja como centralizadora da pauta, pois era apenas nas missas dominicais que a sociedade tinha alguma possibilidade de lidar com assuntos públicos, pois não havia outra forma de divulgação de informações. Depois da prensa, chegaram os impressos e com eles a quebra do monopólio do clero diante da comunicação. Aí veio o rádio, o cinema, a TV e grandes grupos de mídia se formaram, dominando a divulgação de conteúdos por esses canais. Jornais, rádios e TVs têm donos e qualquer conteúdo que passe por eles passa pelo crivo desses donos. Ou seja, depois de Gutemberg, cuja invenção quebrou o monopólio do clero na condição de comunicadores de massa, surgiram as empresas de mídia, que concentravam em si (e em mais ninguém) a prerrogativa de falar com grandes públicos.
No vídeo abaixo, um músico norte-americano protagoniza um exemplo do poder de mídia que a internet 2.0 nos deu. Após ter sua guitarra quebrada em um voo da United Airlines e não tendo conseguido ressarcimento, ele fez um videoclipe e subiu no Youtube. O efeito viral do vídeo arranhou a imagem da empresa, a ponto de ela ter queda na Bolsa de Valores.
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